Autores do Arcadismo: Cláudio Manuel da Costa


Agora que já comentamos sobre as características, podemos falar sobre os principais autores, e a postagem de hoje falará sobre: Cláudio Manuel da Costa.



Nascido na cidade de Ribeirão do Carmo (hoje Mariana), em Minas Gerais, Cláudio teve seus primeiros estudos com os jesuítas, logo depois, estudou humanidades no Rio de Janeiro e por volta de seus 20 anos estudou Direito na Universidade de Coimbra, em Portugal. Por volta de 1749, teve contato com as idéias iluministas e também com o arcadismo.Ele se destacou pela sua obra poética e pelo seu envolvimento na Inconfidência Mineira, ao lado de Tiradentes. Foi também advogado de prestígio, fazendeiro abastado, cidadão ilustre, pensador de mente aberta e amigo do Aleijadinho, a quem teria possibilitado o acesso às bibliotecas clandestinas que seriam mais tarde apreendidas aos Inconfidentes.
 O autor tinha um pseudônimo árcade: Glauceste Satúrnio, o qual era um pastor que se inspirava em sua musa Nise. Em 1773, escreveu seu poema mais eloquente “Vila Rica”, o qual foi publicado somente após sua morte. Nesse poema há exaltação dos feitos dos bandeirantes, fundadores de diversas cidades da região mineira, além de narrar a história da atual Ouro Preto.
O poeta gerou forte influência nas obras dos autores árcades Tomás Antônio Gonzaga e Inácio da Silva Alvarenga, considerado como precursor do Arcadismo brasileiro. Cláudio Manuel produziu poemas com temática pastoril, com estrutura perfeita de soneto, além de trazer reflexões sobre a vida, sobre a moral e sobre o amor. Foi preso em 1789, acusado de participar da Inconfidência Mineira, logo após, foi encontrado morto na cela. Alguns acreditam que foi suicídio, outros que foi assassinato.

Trecho do poema Vila Rica, Canto VII 

O conceito, que pede a autoridade,
Necessária se faz uma igualdade
De razão e discurso; quem duvida,
Que de um cego furor corre impelida
A fanática ideia desta gente?
Que a todos falta um condutor prudente
Que os dirija ao acerto? Quem ignora
Que um monstruoso corpo se devora
A si mesmo, e converte em seu estrago
O que pensa e medita? Ao brando afago
Talvez venha ceder: e quando abuse
Da brandura, e obstinados se recuse
A render ao meu Rei toda a obediência,
Então porei em prática a violência;
Farei que as armas e o valor contestem
O bárbaro atentado; e que detestem
A preço do seu sangue a torpe ideia.


As principais obras do poeta são: Obras poéticas (1768) e Vila Rica (1837).

Fontes: Só LeituraWikipédiaBrasil Escola.

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