Autores do Arcadismo: Basílio da Gama




José Basílio da Gama nasceu nos anos de 1741 em São José do Rio das Mortes, atual Tiradentes, em Minas Gerais. Já era órfão por parte de pai quando começou seus estudos no Colégio dos Jesuítas no Rio de Janeiro. Porém pouco depois de começar a estudar, Marques de Pombal expulsou os Jesuítas das terras de Portugal, após isso Basílio vai á Itália e entra para a Arcádia Romana onde recebe o pseudônimo de Termindo Sipílio, e assim se torna o primeiro Brasileiro a ingressar na Arcádia Romana. 
Logo após voltar ao Rio de Janeiro é acusado de manter comunicações com os Jesuítas algo considerado crime na época, e foi condenado ao exílio em Angola por oito anos. Porém quando levado a julgamento em Lisboa livra-se da pena ao escrever uma homenagem ao casamento da filha do Marques de Pombal, Epitalâmio às Núpcias da Sra. D. Maria Amália e ainda recebe o cargo de Oficial da Secretaria do Reino.Nesse mesmo ano que escreve sua obra mais importante o O uruguai , obra que fala da luta de portugueses e espanhóis contra os índios de Sete Povos das Missões, instalados nas missões jesuítas no atual Rio Grande do Sul, que não queriam aceitar as decisões do Tratado de Madri, que delimitava as fronteiras do sul do Brasil. 
Morreu em 1795 em Lisboa. Hoje Basílio ocupa o cargo de patrono da cadeira n.4 da Academia Brasileira de Letras.

Características de O Uruguai:

-Busca exaltar os poderosos homens de Portugal, principalmente o Irmão do Marques de Pombal.
-Exalta os guerreiros de Portugal
-Representa muito bem o povo Guarani 
-Como seu objetivo era agradar lideres portugueses, retratou os jesuítas como vilões pois contrariavam as decisões dos poderosos
-É um poema épico e era dividido como a maioria desse tipo de poema(proposição, invocação, dedicatória, narração e epílogo)

O  URUGUAI

Segundo Canto(fragmento)

Depois de haver marchado muitos dias 
Enfim junto a um ribeiro, que atravessa 
Sereno e manso um curvo e fresco vale,
 Acharam, os que o campo descobriram, 
Um cavalo anelante, e o peito e as ancas 
Coberto de suor e branca escuma. 
Temos perto o inimigo: aos seus dizia 
O esperto General: Sei que costumam 
Trazer os índios um volúvel laço, 
Com o qual tomam no espaçoso campo 
Os cavalos que encontram; e rendidos 
Aqui e ali com o continuado 
Galopear, a quem primeiro os segue 
Deixam os seus, que entanto se restauram.
Nem se enganou; porque ao terceiro dia
Formados os achou sobre uma larga 
Vantajosa colina, que de um lado 
É coberta de um bosque e do outro lado 
Corre escarpada e sobranceira a um rio. 
Notava o General o sítio forte, 
Quando Meneses, que vizinho estava, 
Lhe diz: Nestes desertos encontramos 
Mais do que se esperava, e me parece 
Que só por força de armas poderemos 
Inteiramente sujeitar os povos. 
Torna-lhe o General: Tentem-se os meios 
De brandura e de amor; se isto não basta, 
Farei a meu pesar o último esforço. 
Mandou, dizendo assim, que os índios todos 
Que tinha prisioneiros no seu campo 
Fossem vestidos das formosas cores, 
Que a inculta gente simples tanto adora. 
Abraçou-os a todos, como filhos, 
E deu a todos liberdade. Alegres 
Vão buscar os parentes e os amigos, 
E a uns e a outros contam a grandeza 
Do excelso coração e peito nobre 
Do General famoso, invicto Andrade. 
Já para o nosso campo vêm descendo, 
Por mandado dos seus, dous dos mais nobres.

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