Autores do Arcadismo: José de Santa Rita Durão
José de Santa Rita Durão nasceu em Cata-Preta, nas proximidades de Mariana em Minas Gerais, em 1722. Estudou no Colégio dos Jesuítas no Rio de Janeiro até os dez anos, partindo no ano seguinte para a Europa, onde se tornaria padre agostiniano. Formou-se em Teologia pela Universidade de Coimbra e, em seguida, lá ocupou uma cátedra de Teologia.
Sobre a obra: "Caramuru é o nome dado ao português Diogo Álvares Correia que passa a viver entre os índios Tupinambás após sobreviver a um naufrágio no litoral baiano. Considerado um herói "cultural", que ensina as leis e as virtudes aos "bárbaros" que aqui viviam, ganha o respeito dos índios ao disparar uma arma de fogo. Os índios, assustados, equiparam-no a Tupã e passam a respeitá-lo como uma entidade enviada. Ele se encanta com Paraguaçu, a bela índia de pele branca.
Já instalado na tribo, Diego percebe a possibilidade de difundir a fé cristã para os índios, doutrinando-os após ter encontrado uma gruta que se assemelharia a uma igreja, mais adiante, Diego ajuda a resgatar a tripulação de um barco espanhol que havia naufragado e vê a possibilidade de retornar à Europa através da nau francesa que viera resgatar aquela tripulação. Parte, com Paraguaçu, deixando para trás as belas índias que haviam se apaixonado por ele, incluindo Moema, a mais bela, que atira-se ao mar em direção ao navio na tentativa de alcançar o seu amado. Ao chegar na Europa, Paraguaçu é batizada de Catarina, ambos são festejados e recebem as honras da realeza lusitana."
Créditos do resumo: Só literatura.
Trecho do poema épico Caramuru, em que é narrada a morte da índia Moema:
Canto VI
XXXVIICopiosa multidão da nau francesa
Corre a ver o espetáculo assombrada;
E, ignorando a ocasião de estranha empresa,
Pasma da turba feminil que nada.
Uma, que às mais precede em gentileza,
Não vinha menos bela do que irada;
Era Moema, que de inveja geme,
E já vizinha à nau se apega ao leme.
XXXVIII
"- Bárbaro (a bela diz), tigre e não homem...
Porém o tigre, por cruel que brame,
Acha forças amor que enfim o domem;
Só a ti não domou, por mais que eu te ame.
Fúrias, raios, coriscos, que o ar consomem.
Como não consumis aquele infame?
Mas apagar tanto amor com tédio e asco...
Ah que o corisco és tu... raio... penhasco?
(...)
XLI
Enfim, tens coração de ver-me aflita,
Flutuar moribunda entre estas ondas;
Nem o passado amor teu peito incita
A um ai somente com que aos meus respondas!
Bárbaro, se esta fé teu peito irrita,
(Disse, vendo-o fugir), ah não te escondas!
Dispara sobre mim teu cruel raio..."
E indo a dizer o mais, cai num desmaio.
XLII
Perde o lume dos olhos, pasma e treme,
Pálida a cor, o aspecto moribundo;
Com mão já sem vigor, soltando o leme,
Entre as salsas escumas desce ao fundo.
Mas na onda do mar, que irado freme,
Tornando a aparecer desde o profundo,
- Ah! Diogo cruel! - disse com mágoa,
E, sem mais vista ser, sorveu-se n’água.
Fontes: Só Leitura, Wikipédia e Brasil Escola.
Parabéns pelo Blog, muito bem feito e explicativo.Adorei.
ResponderExcluirJean Carlo
Se dependesse de mim seria 10, os 3 explicaram muito bem e a parte da criatividade ficou maravilhosa (ARCADE <3) Parabéns pelo blog, muito bem explicado/organizado.
ResponderExcluir*Se dependesse de nós seria 10,00, os 4 explicaram muito bem e a parte da criatividade ficou maravilhosa (ARCADE, ótima referência ) Parabéns pelo blog, muito bem explicado/organizado.* (correção)
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